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Patrões querem mudar fator acidentário previdenciário Propostas serão prejudiciais à classe trabalhadora e trará como consequências o rebaixamento de riscos e aumento do déficit previdenciário 26/08/2015 O Conselho Nacional da Previdência pretende votar amanhã propostas de mudança nas regras do FAP (Fator Acidentário de Prevenção). Essas propostas têm origem no lobby patronal e serão prejudiciais aos trabalhadores, denuncia o Sindicato dos Químicos do ABC, em nota. O FAP é uma das principais melhorias no mercado de trabalho conquistadas pelo movimento sindical nos últimos nos últimos 12 anos. Por uma série de mecanismos combinados entre si, o FAP estimula e premia empresas que investem em prevenção de acidentes e adoecimento no trabalho e aumenta a tributação daquelas que apresentam altos índices desses casos. Desde que foi aprovado, em 2007, com forte participação da CUT em sua formulação, o FAP sofre críticas do empresariado. O Conselho Nacional de Previdência, que deve votar as propostas de mudança amanhã, é composto por representantes do governo, dos trabalhadores, dos empresários e dos aposentados. Ao tomar conhecimento das propostas da Previdência e do lobby patronal ao Fator Acidentário de Prevenção (FAP), a Comissão de Saúde do Trabalhador – COMSAT - do Sindicato dos Químicos do ABC emitiu nota denunciando o retrocesso em andamento, que terá como consequências o rebaixamento de riscos e aumento do déficit previdenciário. Entre as propostas, por exemplo, está a exclusão de CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho), o que significa não reconhecer 448 mil acidentes (dados de 2013), ou seja 61% de toda a acidentalidade. “É retirar do cálculo e não reconhecer os inúmeros riscos, por exemplo: 10 mil acidentes da Construção Civil; 13 mil do comércio varejista; 8, 5 mil da administração pública; 23 mil de hospitais e redes de saúde; 4,5 mil de frigoríferos e abates; 3,5 mil de bancos múltiplos entre diversos setores. Essa exclusão é um desestímulo à prevenção, desprezar riscos existentes e fortalecer a subnotificação”, pontua a nota. Leia abaixo a íntegra da nota: Retrocesso no FAP: rebaixamento de riscos e aumento do déficit previdenciário em 3 bilhões Persiste na Previdência o Lobby patronal em modificar as regras do Fator Acidentário de Prevenção - FAP. As atuais regras do FAP foram fruto da negociação coletiva efetivadas no Conselho Nacional de Previdência Social entre 2009 e 2010. O Fórum das Centrais participou ativamente deste processo, em que foram superadas regras de um modelo anterior (2007) que excluiu todas as CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) e as mortes acidentárias. É verdade que há subnotificação das CATs, mas tirá-la é mentir sobre a incidência das mesmas e aumentar a distorção dos dados epidemiológicos e desprezar aquelas situações reais em que sindicatos e CEREST e a fiscalização do MTE e a própria previdência atuam para aumentar seu registro e reconhecer os problemas e inúmeros riscos existentes nos locais de trabalho na luta pela prevenção de doenças e acidentes. Pior ainda a exclusão pura e simples de mais de 2800 mortes por doenças ou acidentes que ocorrem em cada ano em nosso país. Isso é inexplicável e condenável, além de ser desonesto do ponto de vista epidemiológico reforçando os argumentos patronais do acidente/doença zero. Para mostrar as diferenças dessas afirmações, basta verificar os graus de risco e as receitas do Seguro Acidente(FAP), do modelo anterior (2007) com o modelo atual (2009-2010) existente, fruto de estudo e pesquisa. O modelo de 2007, com 240 mil casos, onde foram excluídas as CATs, diversos benefícios acidentários e as mortes, inúmeros setores econômicos tiveram riscos rebaixados. As atividades econômicas por Subclasse de risco grave (3%) que eram 676 passaram a ser 138; as de risco médio (2%) que eram 463 foram para 536; e as atividades de risco leve que eram 150 cresceram para 626. Com o modelo de 2009/2010, com mais de 700 mil casos, incluindo toda a acidentalidade, CATs, todos os benefícios acidentários incluído todo o NTEP, além de regras quanto à rotatividade e taxa de mortalidade, e riscos em atividades com substâncias cancerígenas teve o seguinte resultado: Risco Grave (3%):730; Risco Médio (2%): 391; Risco Leve (1%): 180. As exclusões propostas pela Previdência e do lobby patronal no FAP terão os seguintes impactos: Santo André 18 de agosto de 2015 - COMSAT – Químicos ABC Veja também |