Ponto alto será a questão econômica, com a valorização dos trabalhadores, aumento de salário e jornada digna de trabalho
Na manhã desta quinta-feira (20), dirigentes sindicais de todo o Rio Grande do Sul se reuniram no auditório do Sindipolo, em Porto Alegre, para debater a campanha salarial da categoria metalúrgica. A plenária foi realizada pela Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (FTM-RS) e abordou três temas centrais: conjuntura econômica, reivindicações salariais e mobilização dos trabalhadores.
Entre outros dirigentes, a reunião contou com ampla presença da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA).

Cenário econômico e impacto no setor
O economista Ricardo Franzoi, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apresentou dados sobre a economia e seu impacto na indústria metalmecânica. Segundo previsões, o PIB gaúcho deve crescer 4,7% em 2024, impulsionado pela reconstrução pós-enchente. Ele destacou ainda as vendas de material de construção e metalmecânico como um reflexo da recuperação.
Entre outros indicadores econômicos, Franzoi mostrou que o último reajuste do salário mínimo regional foi de 5,25%. NO entanto, ele ressaltou que este valor estaria defasado, considerando o padrão inicial do salário mínimo regional quando foi criado em 2001. Se o padrão de aumento tivesse se mantido como na época da criação do piso regional no RS, haveria uma defasagem de aproximadamente 23%.
O economista também pontuou a importância da empregabilidade como métrica para medir o crescimento industrial, afinal o saldo de empregos formais na indústria de transformação foi positivo em 2024.
A Campanha Salarial 2025
De acordo com Lírio Segalla, presidente da FTM-RS, o alto custo de vida é a principal reclamação dos metalúrgicos. Por isso o foco da campanha salarial está na questão econômica. Entre as principais reivindicações apresentadas estão: o reajuste de 10%; vale alimentação para toda a categoria e redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.
Além disso, novas pautas foram incluídas na campanha deste ano, como a remuneração do 31º dia de trabalho, liberação para exames médicos anuais e ausência remunerada para trabalhadores com filhos menores de 17 anos em caso de doença, conforme já é previsto pelo Estatuto da Criança e Adolescente.
Outras questões no âmbito sindical também deverão estar na mesa de negociação como a obrigatoriedade da homologação das rescisões com a presença do sindicato, garantindo o acompanhamento das demissões e prevenindo abusos trabalhistas; a possibilidade de representação dos trabalhadores terceirizados e o acesso de dirigentes sindicais nas empresas.

Mobilização e engajamento dos trabalhadores
A mobilização da campanha salarial começará com visitas e assembleias nas fábricas, onde serão apresentadas as reivindicações. O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Loricardo de Oliveira, destacou a necessidade de ampliar o debate com todos os trabalhadores, alertando sobre a desvalorização salarial no setor. “Estamos vendo que emprego tem muito, mas com salário baixo e indigno”, afirmou.
Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, ressaltou que a luta por melhores salários também passa pela melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores. A CUT RS apresentou a campanha “A Vida Não Tem Hora Extra”, que busca sensibilizar a população sobre a importância do trabalho digno e da valorização profissional.
STIMEPA por mais qualidade de vida
O presidente do STIMEPA, Adriano Filippetto, enfatizou a importância do engajamento dos trabalhadores para avançar nas conquistas. “Agora é preciso que os trabalhadores se apropriem das pautas, conversem com os dirigentes sindicais e saibam da importância do seu papel nessa luta. Não devemos viver para trabalhar, mas trabalhar para viver, com dignidade e qualidade de vida”, ressalta.
De acordo com Filippetto o Sindicato está totalmente à disposição dos trabalhadores para esclarecer qualquer ponto da pauta. “Agora é preciso que os trabalhadores se apropriem das pautas, conversem com os dirigentes sindicais, conversem entre si e saibam a importância da dimensão do seu trabalho e engajamento para conquistarmos melhores condições”, ressalta o presidente do STIMEPA.
Texto por Luciene Leszczynski / Comunicação STIMEPA – Fotos: Luiza Alves















