Metalúrgicos Aprovam Proposta de Negociação da Campanha Salarial 2024 em Assembleia

O índice aprovado em assembleia foi de 3,23%, retroativo a maio, além da manutenção das cláusulas sociais da convenção coletiva, como o auxílio-educação, que garante aos trabalhadores uma ajuda financeira para custear seus estudos

Na noite de 27 de junho, os metalúrgicos e metalúrgicas da Grande Porto Alegre se reuniram em assembleia e aprovaram a proposta de negociação para o acordo coletivo de 2024.

A campanha salarial unificada do macrossetor da indústria da CUT iniciou-se no começo deste ano, com a participação de sindicatos de várias categorias de todo o estado. Em Porto Alegre, os trabalhadores organizaram mobilizações em frente às principais fábricas. No dia 25 de abril, ocorreram três assembleias consecutivas nas empresas Weco, Hidrojet e Viemar, onde a categoria exigia um reajuste de 3% além do INPC, chegando a ameaçar paralisações para alcançar suas demandas.

Contudo, em maio, as agendas dos sindicatos foram drasticamente alteradas devido à maior catástrofe climática já registrada no estado. Os sindicatos dos metalúrgicos de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo abriram suas portas para acolher os desabrigados pelas enchentes. Empresas da região norte de Porto Alegre foram fortemente impactadas, com perdas significativas na produção e maquinário.

Mesmo diante desse cenário adverso, o Sindicato manteve as negociações com o sindicato patronal, realizando diversas reuniões para chegar a um acordo que beneficiasse os trabalhadores. O índice aprovado em assembleia foi de 3,23%, retroativo a maio, além da manutenção das cláusulas sociais da convenção coletiva, como o auxílio-educação, que garante aos trabalhadores uma ajuda financeira para custear seus estudos.

Claudir Nespolo, superintendente regional do trabalho, esteve presente e apresentou a situação política e econômica de empresas e trabalhadores do estado pós-enchentes. “Dezessete mil empresas aderiram à MP 1230/24, que auxilia no pagamento dos salários dos trabalhadores. E agora foi prorrogado o prazo para que mais empresas acessem essa política, podendo fazer a inscrição até 12 de julho”.

Adriano Filippetto, presidente do Sindicato, afirmou que a mobilização anterior, iniciada em março junto a outros setores da indústria, vinha dando resultado, mas que a situação mudou após maio. “A gente sabe que é difícil mobilizar grandes empresas que ficaram embaixo d’água. O sindicato patronal queria aprovar uma convenção emergencial com banco de horas, suspensão de contrato, redução de salários, redução de jornadas, isso tudo durante quatro meses. O banco de horas duraria um ano e meio. Semana passada, conseguimos retirar essa convenção emergencial da pauta.”

A aprovação do acordo coletivo de 2024 representa não apenas um avanço nas condições de trabalho, mas também um exemplo de solidariedade e perseverança da classe trabalhadora, que, mesmo diante de adversidades, segue lutando por seus direitos e por um futuro mais justo e digno.

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