A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores e trabalhadoras que ganham até R$ 5 mil, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (26), foi celebrada como uma vitória histórica do movimento sindical brasileiro. A nova lei, construída com forte participação das centrais sindicais, movimentos populares e milhares de sindicatos em todo o país, beneficiará cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Fazenda.
Na base metalúrgica da Grande Porto Alegre, o Sindicato dos Metalúrgicos teve participação direta no processo. A categoria contribuiu de forma decisiva para o plebiscito nacional que coletou quase 2 milhões de assinaturas em defesa da isenção até R$5 mil e pelo fim da escala 6×1 pautas levadas ao Congresso como pressão popular para aprovação da medida.
Para Adriano Filippetto, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, o resultado é fruto da mobilização intensa dos trabalhadores em todo o país e reforça a importância da organização sindical diante das grandes disputas nacionais.
“É um passo enorme na justiça e um alívio direto no bolso do trabalhador. Agora, seguimos firmes para conquistar o fim da escala 6×1, que é uma das nossas grandes prioridades”, destacou Filippetto.
Impacto direto para milhões de famílias
Com a nova lei, 10 milhões de pessoas deixarão de pagar o imposto, enquanto outras 5 milhões terão redução no valor descontado. A mudança começa a valer no primeiro mês de 2026, o que significa que, já em fevereiro, os holerites virão sem o desconto do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Para o movimento sindical, isso representa mais renda, mais consumo, mais produção e mais empregos.
Durante a cerimônia de sanção, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que a medida representa “um mês a mais de salário para milhões de trabalhadores”, funcionando na prática como um “14º salário” para estimular a economia e fortalecer o mercado interno.
Mobilização continua
A CUT também anunciou uma mobilização nacional no dia 9 de dezembro, durante a reunião do Copom, para exigir a redução imediata da taxa de juros, considerada um dos principais entraves ao crescimento econômico e à geração de empregos.