Alta empregabilidade é um dos fatores que mostram aquecimento da economia e aponta para o crescimento da indústria, por isso é chegada a hora também dos trabalhadores
O Rio Grande do Sul registrou um saldo positivo de empregos nos dois primeiros meses de 2025, com 57.657 novos postos de trabalho formais. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), esse é o melhor resultado para o período desde 2020. O setor industrial liderou a geração de empregos, com um saldo de 25.193 novas vagas, seguido pelos serviços, com 16.655.
Segundo dados divulgados na matéria “RS registra o maior saldo da série histórica do Caged”, publicada pelo Jornal do Comércio no final de março, o Rio Grande do Sul ficou em segundo lugar no ranking nacional de geração de empregos no período, atrás apenas de São Paulo. Aqui no estado, entre os municípios que mais contrataram estão Vacaria (7.666 postos), Porto Alegre (7.282), Santa Cruz do Sul (5.162) e Caxias do Sul (3.800). A matéria aponta ainda que todos os setores tiveram desempenho positivo no período, mas foi a indústria que obteve o maior saldo de emprego (25.193), seguida pelos serviços (16.655), a agropecuária (12.912), a construção (2.572) e o comércio (325).
Ao analisar os dados, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Filippetto, avalia que o momento pode ser bom para os trabalhadores metalúrgicos, pois esses números são um indicativo de reaquecimento da economia. Mas Filippetto ressalta que é preciso ficar de olho na qualidade das contratações. “O crescimento do emprego é positivo, mas precisamos garantir que o bom momento tenha reflexo também na qualidade do emprego para os trabalhadores, com direitos assegurados e condições dignas para os trabalhadores”, ressalta.
Pleno emprego indica indústria aquecida
Em reunião recente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (FTM-RS), o economista Ricardo Franzoi, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), destacou que a empregabilidade é um dos principais indicadores para medir o crescimento da indústria. Segundo ele, o aumento nas contratações é um reflexo direto da demanda por produção. A lógica é de quando a indústria está aquecida, as empresas contratam mais, fortalecendo a economia local.
Por isso, é fundamental que os sindicatos estejam atentos para evitar a precarização das relações de trabalho, garantindo que o crescimento econômico se traduza em melhores salários e condições justas de trabalho.
Em tempos de campanha salarial
Assim, embora os números sejam positivos, a luta dos trabalhadores não pode cessar. O Sindicato dos Metalúrgicos está em plena Campanha Salarial e, por isso, é fundamental seguir mobilizado para garantir que o crescimento na indústria se reflita em condições reais de melhoria para a categoria. “Seguiremos cobrando que esse crescimento se traduza em melhores condições salariais, jornadas justas e um ambiente de trabalho seguro para todos”, reforça o presidente do Sindicato, Adriano Filipppetto.
A recuperação do emprego é um avanço, mas para os trabalhadores, o objetivo é que ele venha acompanhado de estabilidade e direitos garantidos. Por isso, de acordo com o dirigente sindical, a mobilização da categoria também é fundamental para avançar em melhorias para os trabalhadores.
Por Luciene Leszczynski / Comunicação STIMEPA