Governo anuncia medidas que protegem indústria, mas deixam trabalhadores de fora

No dia 3 de abril, a presidenta Dilma anunciou um conjunto de medidas para aquecer a economia brasileira e ajudar a indústria a enfrentar a crise econômica internacional, aumentando sua competitividade. Ao todo, entre desonerações das folhas de pagamento, renúncias fiscais, redução de juros na compra de caminhões e bens de capital, intervenção no câmbio etc, o pacote da nova edição do chamado “Plano Brasil Maior” soma R$ 60,4 bilhões.

Boa parte dos patrões que, no tempo dos governos neoliberais, pregavam a redução do poder do Estado na economia, agora vibram com esta ajuda governamental, embora alguns achem que as medidas ainda são “insuficientes”, como é o caso do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert, para quem as medidas não tocam nos dois maiores problemas: o câmbio e os juros.

Quem na verdade, mais uma vez, ficou de fora, foi a classe trabalhadora. O governo vem sendo criticado por diversos sindicatos de trabalhadores sob o argumento de que a medida vai prejudicar a Previdência Social por causa das isenções das contribuições previdenciárias, que tem esses encargos entre suas fontes de recursos, e por não ter exigido contrapartidas dos setores que vão ser beneficiados. Os dirigentes sindicais afirmaram que não são contra qualquer desoneração da folha, mas contra a forma pela qual ela vem sendo proposta pelo governo. Seria necessário discutir como a arrecadação da Previdência vai se manter e questionar se a desoneração vai gerar qualificação profissional e mais empregos, que tipo de empregos vai gerar, se o aumento do lucro das empresas será acompanhado pela participação dos trabalhadores nesse lucro. Outra crítica sindical diz respeito ao capital especulativo: o governo não adotou medidas duras contra as importações e não impôs nenhuma taxação principalmente para os bancos privados, que vão continuar livres para cobrar juros absurdos.

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