Ecoplan: Insatisfação quanto a salários, doenças e acidentes motiva sindicato a buscar negociação

Trabalhadores realizaram assembleia hoje pela manhã, onde foi aprovada a criação de Comitê Sindical na empresa

A crescente insatisfação dos trabalhadores da Ecoplan quanto aos salários pagos pela empresa, os vários acidentes e doenças do trabalho observadas nos últimos meses, motivos de várias denúncias, motivaram o sindicato a iniciar um processo de mobilização visando a abrir um canal de negociação com a empresa. O objetivo é elevar o baixíssimo nível salarial da Ecoplan e melhorar as condições e o ritmo de trabalho para diminuir os casos de acidentes e doenças. 

Salários baixos e falta de uma política salarial

Os salários da Ecoplan são muito baixos, talvez um dos mais baixos de toda a base metalúrgica de Cachoeirinha. Embora o nosso sindicato conquiste todos os anos a reposição da inflação e aumentos reais nos acordos coletivos, os salários pagos pela Ecoplan sempre estão no limite da miserabilidade porque há muita rotatividade de pessoal e os trabalhadores contratados entram ganhando apenas o piso da categoria. 

Como a empresa não tem uma política salarial séria para valorizar seu quadro funcional, prevendo aumentos por mérito ou por promoção, por exemplo, o nível salarial dos companheiros sempre permanece baixo. É por essas e outras que cerca de 40% dos companheiros da fábrica ganham apenas o piso e tem profissionais especializados e com muitos anos de casa ganhando cerca de R$ 900,00 por mês.

A direção do sindicato quer discutir um aumento fora da campanha salarial e uma política salarial básica para melhorar no geral os salários dos funcionários da Ecoplan.

Saúde não é uma prioridade para a empresa

Na Ecoplan, vem acontecendo alguns acidentes e casos de doenças que têm ver com as condições de trabalho insalubres oferecidas pela empresa. Segundo denúncias, algumas ocorrências de doenças pulmonares numa mesma área de trabalho tem preocupado os demais trabalhadores. O sindicato pretende intensificar a fiscalização junto com os cipeiros.

Outro problema relacionado indiretamente com a saúde dos funcionários é o plano de saúde ineficiente disponibilizado aos trabalhadores. Quando, por exemplo, alguém precisa de uma consulta com médicos especialistas (cardiologistas, urologistas, dermatologistas, pneumologistas etc), a policlínica marca para três ou quatro meses depois, tempo que pode até agravar a doença do trabalhador. Nem o SUS está demorando tanto para atender seus pacientes! 

A saúde, a prevenção e o convênio médico são pontos que o sindicato pretende discutir com o patrão.

Comitê Sindical é alternativa para todos

Esse debate sobre os problemas salariais e de saúde enfrentados pelos trabalhadores na empresa reforçou a tese de que está mais do que na hora de os trabalhadores criarem um Comitê Sindical de Empresa (CSE) na Ecoplan, nos moldes defendidos pelo MPT – Ministério Público do Trabalho. 

Por meio da Conalis – Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical, o MPT lançou no ano passado o “Programa Nacional de Promoção da Representação dos Trabalhadores” pra fazer valer o Artigo 11 da Constituição Federal. Em outubro, durante a realização do XVI Congresso, os delegados metalúrgicos aprovaram a criação de CSEs e mudanças nos estatutos do sindicato, necessárias para implementar as CSEs nas fábricas de nossa categoria. 

Compartilhar

Veja também

Metalúrgicas do RS marcam presença na Marcha das Margaridas

Conselho de Sindicatos planeja campanha salarial e debate os desafios econômicos. Reunião contou com apresentação do economista do Dieese que apresentou dados sobre inflação e impacto no custo de vida, enquanto advogadas da Federação ressaltaram a importância da Convenção Coletiva para garantir direitos.

Brasileiros estão entre os mais preocupados com a aposentadoria

Câmara dos Deputados debaterá saúde mental no trabalho

Projeto de Lei prevê norma regulamentadora (NR) para prevenir transtornos mentais no trabalho