Assembleia do FSM decide: Estado Palestino livre e soberano já!

Militantes de cinco continentes e mais de 300 organizações de 36 países diferentes participaram de mais de 160 atividades em Porto Alegre

Porto Alegre sediou entre os dias 28 de novembro e 1° de dezembro o Fórum Social Mundial – Palestina Livre (FSMPL)

Porto Alegre sediou entre os dias 28 de novembro e 1° de dezembro o Fórum Social Mundial – Palestina Livre (FSMPL). Depois de participarem de mais de 160 atividades realizadas em vários pontos da capital gaúcha, os militantes de cinco continentes e mais de 300 organizações de 36 países diferentes decidiram, em assembleia realizada na UFRGS, no final da tarde do último dia do encontro, conclamar a realização de ações e campanhas mundiais de boicote, desinvestimento e sanções (BDS) contra a ocupação israelense, a fim de acelerar a concretização do Estado palestino. O objetivo é atingir economicamente a elite reacionária de Israel, isolando a política de terrorismo de Estado israelense, inspirando a população palestina a fortalecer a resistência.

“A campanha de BDS é chave para atingir as empresas que estão apoiando financeiramente a expansão do muro do apartheid, roubando a água da população e metade da terra da Cisjordânia, e ainda produzindo armas para matar quem resiste”, resumiu a italiana Maren Mantovani, relações internacionais do movimento palestino Stop the Wall (pare o muro). O muro que ela se refere tem aproximadamente 850 quilômetros de extensão e foi erguido por Israel para saquear as fontes de água e as terras mais produtivas dos palestinos, separando famílias e obrigando muitas crianças a caminharem horas para chegar na escola.

O secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, que conheceu de perto a dura realidade vivida nos territórios palestinos ocupados, acredita que é insustentável países como o Brasil continuarem sendo um dos principais parceiros militares de Israel. Em nome da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti ressaltou o compromisso das organizações brasileiras de colocarem a campanha de boicote na agenda, “pois a mobilização popular em cada país tem papel decisivo para a derrota desta absurda e criminosa política de apartheid”, disse. “Fomos vitoriosos e derrotamos os inimigos da comunidade palestina, que pressionaram e tentaram desmobilizar o Fórum alegando que estavam vindo para Porto Alegre terroristas, gente que só queria violência. Foram quatro dias de intensos debates, com respeito e dignidade, coroados por uma marcha extraordinária de milhares de manifestantes”, comemorou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

A declaração final do FSMPL e da assembleia dos movimentos sociais lembra que o processo de construção do evento “foi tristemente marcado pelo covarde ataque militar de Israel à Faixa de Gaza, que tirou a vida, até o momento, de 167 palestinos, em sua maioria mulheres e crianças”. Desde Porto Alegre os movimentos sociais dos cinco continentes manifestaram repúdio à agressão sionista e exigiram a condenação de mais este crime contra a humanidade patrocinado pelo governo de Israel. “Manifestamos o nosso mais profundo sentimento de solidariedade à resistência contra a ocupação israelense, reafirmando o compromisso dos povos do mundo em tornar realidade o reconhecimento do estado palestino livre e soberano”, disseram.

Compartilhar

Veja também

Trabalhadores(as) metalúrgicos(as) vão escolher comissão que vai conduzir processo eleitoral do sindicato

Votação sobre fim do Fator Previdenciário será em outubro, afirma Marco Maia

Desemprego caiu para 11,4% em setembro, segundo Dieese