A CUT e as demais centrais deram início na tarde de quarta-feira (27) ao Fórum do Mundo do Trabalho.
A CUT e as demais centrais deram início na tarde de quarta-feira (27) ao Fórum do Mundo do Trabalho, atividade por elas organizada e que integra o Fórum Social Mundial 2010 / Porto Alegre, 10 anos depois. Durante dois dias as centrais apresentarão painéis e debaterão temas que envolvem crise global, trabalho decente e pacto mundial pelo emprego, visando construírem juntas uma pauta unificada. A mesa de abertura oficial do Fórum do Trabalho foi composta por Quintino Severo, secretário/geral nacional da CUT e por representantes das demais centrais brasileiras (CGTB, CTB, FS, NCST e UGT). Também estiveram á mesa Rafael Freire representando a Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA) e Hugo Bosca, da Federação Sindical Mundial do Uruguai. “Este seminário que abrimos hoje tem papel fundamental para a classe trabalhadora não só do Brasil, mas para a América Latina e para o mundo, diz Quintino após saudar os participantes. “Isso porque nós, os movimentos sociais, quando iniciamos o Fórum Social Mundial há dez anos, acertamos o diagnóstico. Este é um espaço para aprofundarmos as discussões sobre projetos para um novo mundo possível, onde o desenvolvimento que queremos se inclui”. Artur Henrique, presidente nacional da CUT, Maria Pimentel da CGTB e Nivaldo Santana, da CTB, apresentaram painéis com perspectivas e desafios para o movimento sindical perante a crise mundial. O presidente da CUT foi incisivo ao falar que “a crise tem nome e sobrenome. Nós sabemos quem são responsáveis pela crise aqui no Brasil, são os neoliberais. Não podemos permitir que haja retrocesso em nosso país, portanto, precisamos somar nossos esforços e não deixar esse pessoal voltar a governar. Digo isso porque as saídas que eles apresentam para a crise seguem o modelo neoliberal, onde as saídas são sempre as mesmas, ou seja, injetar trilhões de dólares para salvar bancos e empresas enquanto a população está desempregada”. Para Artur as centrais sindicais devem insistir em um novo modelo de desenvolvimento, que tenha a centralidade no trabalho. “Está aí a importância da redução da jornada de trabalho para 40 horas, da divisão dos lucros de produtividade e de outras ações possíveis de serem implementadas”. Em todas as falas a palavra unidade prevaleceu, no sentido de intensifica-la ainda mais para a disputa de projetos que se apresenta em 2010. Artur foi enérgico ao falar no assunto: “No dia 1º de junho realizaremos a Conferência Nacional da Classe da Trabalhadora, estaremos todos lá em unidade. Porém, unidade não é estarmos todos juntos no caminhão de som e fazer um discurso bonito, mas sim, prática, ações. É organizar os locais de trabalho, é unificar datas/base, porque hoje temos categorias com até 15 datas / caso da construção civil. É pensar na Copa do Mundo, que aumentará o número de postos de trabalho, sendo que na construção civil este aumento será de 10%, por exemplo. Sobre a pauta unificada da classe trabalhadora que será elaborada e aprovada na Conferência de 1º de junho, Artur diz que as centrais vão entregá-la ao candidato ou candidata às eleições que tiver condições efetivas para cumpri-la. “Não queremos retrocesso, queremos avançar, portanto, temos muitas tarefas e desafios pela frente e aprofundar a unidade é uma delas”. Programação: Nesta quinta-feira (28), o tema abordado será Práticas Antissindicais. O objetivo da mesa é denunciar a ocorrência dessas práticas no Brasil e socializar ações realizadas pelas entidades sindicais e o poder público no sentido de combatê-las.
Fonte: CUT