1° de maio foi dia de protesto para o movimento sindical cutista

Militantes realizaram ato público sob o viaduto presidente Kennedy, em Sapiranga 

Para muitos, o Dia Internacional dos Trabalhadores foi uma data para descanso e festa. Para os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, centenas de outros militantes do movimento sindical e a CUT, o 1° de Maio foi um dia de protesto, uma data para celebrar e lembrar de companheiros que, alvos da repressão policial, tombaram e pagaram com a própria vida a ousadia de terem lutado por uma sociedade melhor para todos.

Promovido pela CUT/RS e sindicatos filiados, o ato público de 1° de maio foi realizado sob o Viaduto Presidente Kennedy, com a rodovia RS 239, em Sapiranga. No local, em setembro de 2005, a Brigada Militar algemava e esgoelava o dirigente sindical sapateiro, Jair Antonio da Costa, que participava de um ato público para protestar contra o desemprego de mais de 20 mil trabalhadores e trabalhadoras do setor na região. No local, os participantes lembraram que, quase quatro anos depois, em agosto de 2009, era a vez do agricultor Eltom Brum da Silva morrer, assassinado pelas costas com um tiro de arma Calibre 12, deflagrado pela Brigada Militar, durante o processo de desocupação de uma fazenda em São Grabriel. Dois jovens que tombaram pela ação repressora de uma polícia militar comandada por dois governos (Rigotto e Yeda) intolerantes com os movimento sociais gaúchos.

Durante o evento, a CUT cobrou a apuração e punição dos assassinos dos dois militantes, protestou contra a desindustrialização e contra a previdência complementar do servidor público, e defendeu a agenda do trabalho decente, o pagamento do piso nacional para os professores e funcionários municipais e estaduais, sem mexer nos planos de carreira, a redução da jornada sem redução de salário, a sanção da Convenção 151, reforma agrária e urbana, o fim do fator previdenciário e o veto ou alterações significativas no Projeto de Lei do Código Florestal.

Além da apresentação do cantor Pedro Munhoz, o ato público teve uma missa rezada pelo padre Rudimar Dal’Asta e o pedido de um minuto de silêncio em memória dos companheiros que morreram ao lutar por melhores condições de trabalho e por uma sociedade justa e igualitária. Representando o movimento sindical combativo, o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, afirmou que o 1° de maio é emblemático para os trabalhadores conhecerem o compromisso de cada central sindical. Salientou a importância da região de Sapiranga, referência no setor coureiro-calçadista, local onde muitos trabalhadores sofreram com a crise, mas que está se revigorando por causa do atual aumento nos postos de trabalho. 

Além dos 25 dirigentes do nosso sindicato, entre os quais o presidente Lirio Segalla e os ex-presidentes Jairo Carneiro e Claudir Nespolo, estiveram presentes no ato público os deputados Raul Carrion (PCdoB), Adão Villaverde (PT), Edgar Pretto (PT) e Dionilso Marcon (PT), além de diversos vereadores e militantes sociais das cidades da região.

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